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terça-feira, 25 de maio de 2010

Legalização das Drogas

Gente, tô abrindo esse tópico para discutirmos sobre a legalização das drogas. Por que somos a favor ou contra.

8 comentários:

  1. Legalização das drogas: poderia esta ser uma medida eficaz para a redução da violência?

    Trata-se de uma questão bastante complexa e é preciso levar em consideração inúmeras questões, e ainda assim, não sei se tenho uma opinião concreta sobre isso. Primeiramente, se o uso de drogas fosse legalizado, o problema deixaria de ser parte do controle penal e passaria a ser analisado como uma questão de saúde, o que acredito ser um avanço nesse aspecto. A legalização também retiraria o controle atual sobre as drogas, o tráfico, e, portanto, é possível considerar que a violência a ele relacionada reduziria. Entretanto, creio que o questionamento maior é se seria de fato uma alternativa eficaz, tendo em vista que o tráfico não é a raiz do problema da violência e a legalização, enquanto uma medida única, apenas deslocaria o problema para outra área e não se sabe para onde. E nessa medida, fico me perguntando para onde iriam os problemas que hoje estão relacionados ao tráfico. Qual seria, então, o outro mercado lucrativo? Dessa forma, a violência ligada ao tráfico poderia reduzir, mas acredito que seria apenas direcionada para outro lugar, o que no final das contas, não contribuiria para o problema da violência como um todo. Tudo o que relatei é baseado na questão da legalização das drogas enquanto uma medida isolada, entretanto, se a ela estiverem associadas outras medidas para reduzir o problema da violência, posso dizer que acredito, sim, na sua eficácia. Contudo, só consigo pensar nas mesmas medidas a longo prazo. Que outras medidas poderiam ser tomadas? Acho que poderíamos discutir sobre isso também...

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  2. O uso de substancias psicoativas remonta a historia da humanidade, isso é fato. Desde os primordios, as sociedades têm consumido drogas com diversas finalidades, entre elas religiosas, recreativas, medicinais, etc. A droga, que é vista hoje de forma pejorativa, já foi (e ainda é) vista como elemento de um ritual religioso. Portanto, a forma com que vem sendo consumida é um reflexo da situação ambiental dos individuos e não do efeito da substancia em si. Esse consumo, mesmo existindo a seculos, vendo sendo "ignorado" pelas autoridades, ou seja, a proibição simplesmente esconde um problema muito maior, que é social, focando o consumo! Isso é uma questão social e não judicial! Com a legalização, os usuários teriam acesso livre e direto a informação verdadeira (livre de julgamentos morais) sobre o efeito e consumo menos danoso de drogas. As informações que temos não são suficientes e são muito deturpadas. Por conta de ser proibido, ficamos (isso inclui principalmente autoridades) "cheio de dedos" pra falar abertamente sobre isso. Além disso, a priobição traz prejuizos na pesquisa sobre drogas ilicitas. Tirar das mãos de traficantes a venda de drogas corresponde a uma política publica e uma medida economica (pq será q alcool e cigarro são legalizados e, de certa forma, até incentivados?). Concordo que o problema pode ser apenas transferido, portanto, creio que a legalização não é possivel se não houver projetos paralelos que assista essa população que ficará sem "trabalho" e é tão carente de recursos (principalmente educação). Creio que o grande medo da legalização é o aumento exarcebado do consumo de drogas. No início isso ocorreria, porém, com informação e fiscalização da venda esse consumo se regularia a longo prazo. Creio que a proibição não está resolvendo nada, muito pelo contrario, portanto, é necessario pensar outras formas de mudar essa situação. Acredito que a legalização é uma boa proposta! Fica a sugestão de um site que debate bastante sobre maconha http://growroom.net

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  3. Ops, tinha que ser em comentário? Eu escrevi um post... e não sou nem a favor nem contra, só discuti. Whatever...

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  4. Prós

    A legalização reduziria a disponibilidade de recursos para a compra de armas e corrupção dentro da policia, aumentando o controle da criminalidade. Para tal objetivo, mais racional seria disponibilizar mais empregos, educação e saúde para as camadas mais carentes da população, pois mudando o foco de “o que não se deve fazer” para “o que se deve fazer” obteríamos maiores resultados, já que estaríamos preocupados em desenvolver repertório e não apenas em coibir. Como visto em Sidman, controle coercitivo a longo prazo falha em suprimir comportamentos, reforçando a variabilidade dos repertórios de fuga/esquiva.

    Contras

    A legalização das drogas geraria como consequência um problema de saúde pública, tendo em vista o fato de atuarem a nível de reforçadores primários e criarem dependência, principalmente em pessoas com repertórios limitados (seja por falta de contexto ou de educação) para a aquisição de reforçadores outros. A legalização deve ser pensada como uma possibilidade apenas depois que a população tiver garantido seus direitos de educação, saúde e emprego, antes disso, a mesma estará fada ao fracasso.

    O caso da maconha

    Como a maconha é a droga com menor poder destrutivo sua legalização seria viável, já que não vicia e pode ser combatida em conjunto com o cigarro, dada a sua relação com o câncer. O combate ao uso da maconha, não teria um aumento significativo do investimento em comparação com o esperado em relação às outras drogas. Além disso, o ministério da saúde poderia instruir as pessoas a utilizarem a vaporização da maconha que é mais segura do que o “beck” em relação ao câncer.

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  5. O uso de drogas como a maconha pode ter explicações psicanalíticas (defesa do “eu” contra as frustrações e/ou sofrimento advindos do mundo), Gestálticas como a melhor forma encontrada pelo organismo na busca pelo equilíbrio ou até mesmo “comportamental”, fuga das aversividades do ambiente, mas o caminho que devemos trilhar sobre este caso polêmico que é a legalização, nos remete a relação pejorativa existente desde a escravidão, lembrando que mesmo já sendo do conhecimento indígena, foram os escravos que difundiram o uso da planta no Brasil. Tudo que fosse cultural dos negros deveria ser discriminado. É certa que a proibição é posterior a queda da escravidão, mas seus estigmas perduraram até hoje.

    Percebemos que na legalização há um conflito de interesses que levam alguns a se voltarem contra o uso legal. Podemos considerar como um grande fator positivo na legalização a diminuição da discriminação e de rótulos pejorativos sobre os usuários, considerando que é do nosso conhecimento que as minorias sofredoras preconceitos e de pressões sociais possuem maiores chances de desenvolverem transtornos psicológicos. Outro fator que corrobora para a legalização é a diminuição dos riscos corridos na busca da “droga” por pessoas de bem (pais e mães de família, estudantes e professores) que são usuários. Podemos considerar como fatores contra a legalização, o fato de a criminalidade aumentar devido à falta de renda que antes era oriunda das drogas, um outro fator que pode sim ser considerado negativo é a facilidade que menores encontrarão no acesso aos entorpecentes, mas é claro que a legalização não viria sem uma “conscientização” da população.

    Skinner, por ter vivido nos EUA na época das proibições tinha uma idéia muito interessante ao falar dos métodos punitivos na população, ele expõe: A punição, não modifica o comportamento de quem a promove, nem - em longo prazo - de quem a recebe (por exemplo, a punição de ser preso não modifica o comportamento anteriormente condicionado e operante do punido). Os métodos punitivos devem ser usados em último caso -se não acharmos uma melhor forma de controle no caminho- e eu creio que acharia esta melhor forma, caso fosse tentado a isso. Disto podemos inferir que o controle do uso dos tóxicos, pode e deve ser feitos de outra forma, também o nosso convívio diário com diversos tipos de entorpecente nos demonstra que está sendo feito algo contra o uso e que essas ações não estão melhorando as condições nem da sociedade, nem dos usuários, logo devemos procurar melhores condições para intervir com controle e nisso a ciência do comportamento tem muito a ajudar.

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  6. Nunca tive uma opinião formal a respeito da legalização ou não da maconha, mas desenvolvi uma após algumas pesquisas sobre o assunto. Tenho uma inclinação à legalização pelos seguintes argumentos:o cigarro e o álcool são drogas prejudiciais à saúde e à sociedade e são liberadas. Isso nos leva a analisar o por que dessa discriminação de uso e essa análise entra no território da economia e dos lucros que as indútrias de cigarro e álcool geram para os govetnos. Não entendo por que eles não querem ganhar esse dinheiro também.
    A maconha é uma planta natural como todas as outras e sempre foi utilizada por civilizações que possuem maior contato com a natureza e conhecem seus efeitos. Outras ervas com efeito mais nocivo e até letal, utilizadas por curandeiros, em chás para matar, existem e não sua venda não é proibida.
    Me parece também que há um discurso que passa pela moral e que me incomoda muito. Há um estereótipo do maconheiro relacionado ao vagabundo e criminoso que não condiz com a realidade.
    Acho que a sociedade poderia pelo menos experimentar a legalização e ir ajustando às leis aos resultados obtidos. Isso poderia contribuir para a diminuição do tráfico de drogas em geral.
    Não concordo com Angelo quando ele diz que o uso se dá por fuga de aversividades. Não penso que todos que usam o façam por isso. Acho que o que seleciona o comportamento de usar a droga são as consequências positivas e imediatas do seu uso(ficar de boa). Portanto é um reforçamento positivo.

    Achei esse artigo muito bom e informativo. Crio que todos devam ler.

    http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/pdf/mneme07/005-p.pdf

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Na verdade já tinha demonstrado minha opinião em sala, mas para contribuir com a metacontingência/blog - e não perder pontos na matéria, hehe - vou escrever alguma coisa aqui também. Vou tentar não chover muito no molhado de tudo que já foi dito.
    Acho importante, como alguns já colocaram, que se informe a respeito dos efeitos de cada uma das drogas e das consequências. Acredito também que isso independe de legalização! O cânhamo não é apenas fonte de THC (delta 9 tetrahidrocanabinol - princípio ativo da maconha), mas tem propriedades terapêuticas em pacientes com câncer, estudos recentes indicam que desacelera o processo degenerativo do mal de Alzheimer, dentre outras coisas.Serve pra fazer bebida, papel, extrair fibra que pode fabricar roupa e vários outros fins econômicos. O motivo da tal planta ser proibido é por causa da pressão dos EUA muito tempo atrás junto a ONU e talvez justamente o fator econômico tenha sido a variável determinante para isso. Entretanto essa exploração de renda proporcionada pela planta não tem sido inclusa no debate.
    De uma perspectiva behaviorista radical, o importante aqui é saber como a legalização seria útil como prática cultural voltada para a 'sobrevivência da cultura'. Traduzindo isto para o caso da legalização da cannabis em particular, a legalização deve ser produto agregado para o povo brasileiro como um todo.

    Em minha opinião, a legalização deveria ser contingente (relação de dependência) à oferta de bibliotecas, escola integral, esportes, universidades nas periferias, etc. Estas sim, medidas urgentes que exigem massiva repercussão e cobrança de todos os setores sociais. A isto viria se somar a diminuição da violência (O Comando Vermelho não teria condições de concorrer com a Souza Cruz, que já patenteou a marca Marley). No mais somo ao meu argumento o post de Fábio acima.

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